Acredito que todo mundo goste do período do Carnaval. Não necessariamente das festas, dos desfiles de escolas de samba, mas sim do feriado de quatro dias. Desde descansar em casa, estar com amigos ou fazer uma viagem alternativa (para um local que não tenha a cultura das festas populares de carnaval. Algo mais para descansar do que farrear).
Eu particularmente já tive várias fases com esta festa realizada em fevereiro. Quando criança gostava das matinês e ir fantasiado. Era tudo mais inocente. Quando adolescente tive aquele momento que era 'cult' dizer que odiava carnaval. Que era tudo ruim. Depois vi que não era assim e fui em algumas festas. Hoje, digo que gosto mais dos feriados e aproveitei alguns para viajar. Não sou fã das músicas que rolam no carnaval e nunca gostei das escolas de samba (isso desde que eu me entendo por gente nunca fui fã). Nunca vi graça nos desfiles e acompanhar pela TV dá muito tédio. Principalmente os juízes que só dão nota 10. Qualquer 9,7 é motivo de choro para as escolas de samba. Fico incrédulo com isso.
Aqui servirá para falar sobre as cidades, curiosidades, besteiras que rolaram e outros assuntos.
Já adianto que certas situações é interessante contar o milagre, mas nunca o santo, logo os nomes de alguns cidadãos foram alterados com o intuito de não expor o individuo.
Minas Gerais, sem dúvida, é um dos estados brasileiros mais ricos em festas, histórias e cultura. É a unidade federativa com mais municípios (853) e a fama carnavalesca é muito grande. Principalmente nas cidades históricas. Entretanto, no sudoeste há um município chamado Sacramento que tem em torno de 24 mil habitantes. Não me recordo qual dos meus amigos falou que o agito por lá era bom e fomos em 14 verificar. Alugamos uma casa que tinha apenas três cômodos : duas salas e um minúsculo banheiro.
Os 14 machos foram em uma van, de São Carlos/SP, até o seu destino final. Como de praxe, começaram a beber logo de manhãzinha e no início do trajeto. Uma sexta-feira.
Os papos são mais ou menos os mesmos de cada viagem. 'Vou ficar muito bêbado, muito louco', 'vamos pegar muita mulher', 'zoar até não poder mais', 'vão ser os melhores quatro dias da minha vida' e etc. Durante o caminho, pouco antes de atravessar o estado, alguns passageiros tiveram o primeiro sintoma de ingerir muito álcool: vontade de ir ao banheiro. Pediam insistentemente ao motorista que arrumasse um lugar para poder aliviar a tensão, digamos assim. Solicitação aceita. Parada em algum posto qualquer perto de Franca/SP. Tensão aliviada e a viagem seguiu adiante.
Ao chegar ao pequeno município mineiro já se sentia o ar de tranquilidade interiorana. Muitas casas antigas, ruas de paralelepípedos, pouco comércio e uma rotina que anda a '10 km/h'. Eu achando isso ótimo.
Nosso domicílio ficava bem 'no coração' de onde ocorria o carnaval sacramentano.
Todos bem instalados e vamos as epopeias de 11 anos atrás. Para contá-las pedi ajuda a cinco amigos que estiveram nessa epopeia. Já os agradeço pela atenção. Os relatos foram separados em capítulos.
Vamos lá!
A galinha:
Durante o trajeto até Sacramento/MG alguém teve a brilhante ideia de arrumarmos uma mascote. Nem todos concordaram, mas em uma democracia a vontade da maioria prevalece. Mesmo que não seja uma grande ideia.
Já na cidade pedimos informações aos moradores onde poderíamos encontrar algum animal de estimação. Indicaram uma residência e fomos até o destino.
O domicilio era meio sombrio.Não passava uma energia boa. Chamamos pelos moradores e fomos atendidos por uma senhora que se vestia de um modo nebuloso, digamos assim . Era meio seca nas palavras e nos levou até o seu quintal. Um pouco escuro.Lá havia uma variação de aves e escolhemos uma galinha para ser a nossa acompanhante.
Saímos de lá felizes por sobreviver aquele ambiente sinistro.
Na casa em que alugamos havia um pequeno espaço fechado, no fundo, em que a galinha poderia ficar. Era pequeno, mas dava para se mover.
O grande problema é que esquecemos que os animais são seres com algumas necessidades fisiológicas iguais aos humanos. A pobre ave defecava, e claro, nós pensando só em zoar no carnaval, não íamos ficar limpando o recinto. O problema foi o cheiro forte. A casa já não estava muito arrumada e o odor agravava a situação. Beirando o insuportável.
Quem foi oposição ao ter a mascote já se mostrava bastante irritado com a presença daquele ser com penas.
Entre goles de cervejas, zoeiras e risadas, havia pequenas e ríspidas discussões entre situação e oposição para saber se continuaríamos ou não com a galinha. Em geral, as pessoas tinham receio em abandonar o pobre bicho.
O que recordo é no terceiro dia, de tardinha, chegar na casa e encontrar o cafofo vazio! Sim, ela até então havia sumido! Comuniquei os meus companheiros de viagem e iniciamos uma busca pela nossa mascote. Andamos por boa parte de Sacramento. Ninguém havia visto o ser.
Até que de repente se escuta no carro de som do carnaval da cidade algo do tipo: 'Atenção, 15 estudantes da UFSCAR (como?ninguém estudava na tal universidade) estão atrás de uma galinha que sumiu. Sim, gente...uma galinha!!!! O animal foi adquirido como mascote e fugiu. Se alguém souber do paradeiro avise-os'.
De repente, havíamos virado o centro da festa. Por pelos menos alguns minutos.
Perdemos boas horas atrás do nosso xodó de estimação. Em vão, nunca mais a vimos.
Passado alguns dias ou até meses da viagem, um meliante que não simpatizava muito com o pobre animal confessou ter doado ela a uma pessoa da cidade. Coitada da galinha. Deve ter virado canja de alguma família. No mínimo.
Em tempo: Após 11 anos do ocorrido, eu e mais três integrantes da tal viagem nos encontramos em um boteco para relembrar as histórias. Agradeço a ajuda deles, pois sem essa reunião, muitas histórias ficariam pelo caminho. A memória trai.
Um dos presentes no boteco foi quem havia dado sumiço na galinha. De forma
exclusiva a este blog, ele nos contou detalhes do que houve com a ave.
" Eu simplesmente não aguentava mais aquela galinha Entrei um dia na casa e só estava o Januário dentro.Falei que ia dar fim na galinha.Januário não se opôs. Abri a portinha de onde ela estava,fui tentar pegá-la e ela escapava da minha mão. Eu já tinha bebido umas. Imagina um bêbado tentando pegar uma galinha?! Sofri, mas consegui agarrá-la. Sai da casa, vi que não tinha nenhum dos hóspedes por perto e comecei a oferecer para as pessoas. Uma senhora aceitou e me agradeceu ainda", recordou e revelou o meliante.
Foi brigar e caiu do telhado
Como dito no texto acima, a galinha gerou problemas na casa. Entretanto, não foi só na nossa. Os vizinhos pareciam incomodados com o cheiro de excremento da pobre ave. Havia uma pequena edícula e víamos constantemente dois caras, provavelmente de um segundo andar, reclamando e nos xingando.
Inicialmente não dávamos importância.
Os dias passaram e a situação foi ficando mais séria. Os dois indivíduos começaram a tacar água e posteriormente algumas garrafas no nosso recinto. Nos intimidavam. Mostravam dedo do meio e queriam briga.
Com o problema se agravando, Patrício Matta foi tirar satisfação e subiu no telhado. Porém, Patrício já havia bebido muito!! Como o próprio recordou, deu dois passos e a telha foi pro chão, caindo na laje.
"Quebrei a telha e cai na laje. Meu braço ficou todo cortado. O clima entre a nossa galera e aqueles dois caras estava muito pesado. Eu subi, pois acho que queria ir até a edícula deles e tirar satisfação. Eu bêbado, lembro que subi muito rápido, dei dois passos,quebrei e cai na laje. Pisei na telha como se tivesse pisado no chão e cai.O curioso, é que eu estava muito bêbado, e quando passou o efeito eu vi meu braço todo cortado e não lembrava o que tinha acontecido. Não vinha na minha mente os fatos. Um bom tempo depois do carnaval é que os fatos foram clareando na minha cabeça", recordou Patrício em entrevista exclusiva a este blog.
Não houve briga e após o sumiço da galinha, os dois seres não nos incomodaram mais.
O bêbado em todos os seus estágios:
Já dizia o provérbio: "bêbado é uma desgraça". Frase curta, porém real.
Toda viagem, principalmente carnaval, tem aquela pessoa que passa dos limites. Em uma caravana com 14 a chance dessa situação acontecer era grande. Não houve escapatória.
A mais cômica aconteceu creio que no segundo dia.
Era por volta das 16h, 17h,e estava um sol de rachar.Calor. Nada como aproveitar a tarde, iniciar a bebedeira e as festas. Como mencionei acima nossa casa ficava na rua onde aconteciam os eventos. Era só abrir a porta e já dávamos de cara com o fervo.
Alguns são-carlenses avistaram algumas adolescentes e as abordaram. Os paulistas tinham em torno de 18 e 20 anos. As mineiras creio que entre 15, 16, no máximo 18. Os que não foram conhecê-las tiraram um pouco de sarro dos que foram os chamando de pedófilos. A palavra é feia, mas era uma brincadeira entre amigos. As meninas não eram crianças e sim adolescentes. Nada para estressar.
Eu estava sentado na calçada, olhando para o nada e bebendo cerveja. Tanto do meu lado direito como do esquerdo estavam outros amigos meus na mesma situação. Curtindo o agradável dia e degustando uma 'breja'.
Estava tudo calmo, silencioso. Após algumas horas sinto alguém cutucar, de forma ríspida, meu ombro esquerdo. Era Bartolomeu e começou a falar em tom desesperado:
"Não, mano. Os caras ali começaram a me chamar de pedófilo, porque eu estava de papo com as meninas. Eu não sou pedófilo! Eu estava apenas conversando! Juro!"
Eu achei aquilo estranho. Parecia início de uma piada. Uma brincadeira.Olhava com ar de dúvida para entender qual era a mensagem de Bartolomeu.
Ele apenas repetia: " Mano, é sério, eu estava só conversando. Não era nada demais. Não sou pedófilo. O pessoal leva tudo na maldade."
Quando vi os olhos de Bartolomeu lacrimejando eu entendi que era um surto. Uma preocupação com sua reputação em que as horas que ingeriu álcool transformasse uma bobagem em drama pessoal. Para ficar a noite toda se defendendo e claro, depois até mudando de assunto e falando o que não devia.
Durante seu desabafo todos na casa já perceberam a situação de Bartolomeu. Parecia que quanto mais queriam acalmá-lo, mais irritado ele ficava.
Bartolomeu seguia seu showzinho. Tentando se explicar. Se desculpar. Começava a falar de outro assunto. Misturava um com outro.
Passado bom período, Bartolomeu começou a falar de um grande amor do passado. Repetia com exaustão a frase: 'Eu não transava com ela. Era amor! Nós fazíamos amor!'.
Já extremamente alterado imitava as posições sexuais que praticava com sua ex-parceira. Todos riam do estado que o pobre embriagado se encontrava. O famoso tragicômico.
No final da madrugada o show não tinha acabado.Brincadeirinhas e provocações eram feitas ao alcoolizado.
Até que Homero fez uma provocação falando da tal amada e Bartolomeu quis partir para a pancadaria. A coisa tinha ficado séria!
Homero tentava acalmar e Bartolomeu queria violência. Tivemos que acalmar o maior bêbado da galera até então. Até ele deitar e pegar no sono. Não foi fácil, mas conseguimos.
No dia seguinte, o pobre ser disse ter consciência do show que deu, mas pensava não se lembrar de tudo.
Enfim, Bartolomeu passou por todos os estágios do álcool. A empolgação, a tristeza, a raiva, o sono e a amnésia. Além, claro, de falar o que não devia.
O banheiro
Era um cubículo. Minúsculo. Havia apenas pia, privada e chuveiro.Para 14 homens.Imagina 14 homens precisando escovar os dentes, lavar o rosto, fazer necessidades básicas e tomar banho neste pequeno espaço? No primeiro dia até que aguentou. No segundo ficou mais ou menos. No terceiro, alguns começaram a usar os toaletes de hotéis e restaurantes que haviam por perto.No quarto dia, pela manhã, era unanimidade que não dava mais para usar o banheiro da casa. Fedia e o chão estava alagado. Estado de calamidade!
O debate entre todos os presentes era: 'o que fazer com o específico recinto`?
Sim, óbvio que precisava de uma limpeza. Mas quem ia fazer este serviço? Afinal, nenhum dos envolvidos foi a Sacramento para limpar banheiro.
Outra solução seria procurar uma faxineira na cidade. Inicialmente, alguns não quiseram, pois queriam economizar dinheiro. O álcool sempre é a prioridade.Também argumentavam que iríamos ficar só mais um dia e meio e dava para aguentar o recinto sujo.Felizmente era uma minoria que pensava assim.
Novamente em uma democracia a maioria vence. A maioria queria chamar uma faxineira. Um dos que votou a favor prometeu que conseguiria achar uma e com um preço bem baratinho.
Iniciou-se uma caça à salvadora da pátria dos são-carlenses. Abordávamos pessoas nas ruas questionando se tinham contato de alguém que poderia fazer esse serviço em pleno carnaval.Até que em um boteco um senhor disse que sua irmã poderia cumprir a missão.
Ficamos esperando umas duas horas e a senhora apareceu e concordou em limpar a casa. Já que ia limpar o banheiro, dava um jeito em tudo, pois o restante do local não estava nada higiênico.
Fiquei com receio de mostrar a casa.Não queria ver a reação dela ao deparar-se com o estado deplorável do banheiro. Imagina aguentar aquele fedor todo?
Enfim, trabalhos iniciados e os moradores esperaram na rua, já curtindo mais um dia de carnaval.
Após um período foi nos dada autorização para retornar ao recinto. Estava extremamente limpo.Brilhante! Lustroso! O banheiro então...pronto para outra.
E sim, o cidadão que disse que conseguiria um bom serviço por um preço bem barato o fez. Mais barato do que nós queríamos pagar e o que seria justo. Enfim...esse teve lábia!
Por fim, foi muito agradável ficar um dia e meio em um recinto limpo. Não precisando usar banheiros de hotéis e restaurantes. Compensou.
Desculpa não limpa chão
Benigno era um ser pacato e com pouco diálogo. Na viagem a Sacramento/MG, Benigno ficava mais na casa alugada do que na rua. As poucas vezes que o via estava na porta e fumando um cigarro.
Entretanto, em um dos dias de carnaval houve uma chuva forte. Duas mulheres, uma delas com um filho de colo, pediram para ficar um tempo hospedadas na nossa residência. Foram aceitas. Mas Benigno, pelo seu jeito anti-social não gostou da presença das duas.
No meio daquela noite uma das mulheres começou a passar mal e vomitou no chão da casa. Não é recordado o motivo que ela passou mal. Mas vomitou.
Benigno, descontente já com a presença das duas, começou a limpar o chão. Pegou um balde, encheu de água e tacou no chão.Várias vezes. Era nítido a sua irritação.
Em um dado momento, a dama que fez a tal tragédia falou: 'Moço, me desculpe.Por favor.'
Benigno, com sua sinceridade de sempre, de forma seca retruca: ' Desculpa não limpa chão!'
A tal senhora ficou sem graça e Benigno, frio como era de praxe, estava apenas interessado em deixar o chão limpo.
Após algumas horas, São Pedro fechou a torneira do céu e as duas seguiram seu rumo.
O gordinho sexy sensualizando com cerveja
Toda viagem que se faz em galera sempre há um gordo/gordinho fanfarrão. Aquele que gosta de aparecer. É engraçado. Amigo de todos. Só pensa em ficar bêbado e zoar. Esta sempre de bom humor e procura, através de piadas levantar o astral de todos.
Nessa ida a Sacramento/MG não foi diferente. Havia um ser que aprontou as suas.
Em uma das tardes, alguns são-carlenses xavecavam algumas mineiras.A conversa fluía, falando sobre a vida, São Carlos, Minas Gerais, carnaval, estudos e por aí vai. Situações normais.
Eis que o tal ser aparece, sem camisa, no meio da conversa e com uma lata de cerveja na mão. O fanfarrão da turma abre-a e começa a tacar pelo corpo fingindo uma sensualização. Igual aquelas propagandas de cerveja em que as mulheres se deliciam com o produto etílico. Um deboche que custou a presença das meninas no local.Incomodadas com o bêbado tacando cerveja em si mesmo, estas se foram. Deixando alguns marmanjos bravos com o fanfarrão do rolê.
Pegadinha! O gordo no freezer
Como em toda viagem o álcool não pode fazer falta. Os garotos de São Carlos compraram 60 fardos de uma marca de cerveja que leva o nome de um país europeu cuja capital é Valeta. A lata à época custava R$0,64. Enfim...
As tais 'cevas' ficavam em um frigobar na casa alugada. Alguém, sabe-se lá quem, teve a ideia de tirar elas de lá e colocar o gordinho fanfarrão dentro do freezer. Óbvio que a ideia foi aceita.
Alguns são-carlenses puxavam assuntos com cidadãos sacramentinos ou mesmo os que estavam de passagem e os convidavam a entrar e tomar uma cerveja. Ao chegar próximo ao freezer, o tal convidado abria o recipiente e o fanfarrão saía e dava um susto! Igual aquelas pegadinhas que passavam no Faustão e no Sílvio Santos!
Algumas pessoas riam do ocorrido, outras saiam correndo. Outras ficavam nervosa. Enfim, era do jogo.
Mas em um dado momento, um dos nossos amigos chamou duas amigas para entrar na casa e pegar cervejas. Sabe-se lá como foi a abordagem.
As duas aceitaram o convite e na hora do vamos ver saiu o gordinho do freezer. Passado o susto inicial, uma delas acabou beijando o fanfarrão!!
O gordinho seguiu a noite com a tal donzela.Ela residia em Sacramento/MG.Segundo o próprio, a menina pediu que ele o acompanhasse até a sua casa. O fanfarrão a levou e nos contou que no meio do caminho a libido de ambos estava muito alta e acabaram dando aquela trepadinha.Em um lugar discreto da cidade.
Moral da história, uma pegadinha pode irritar 1000 pessoas, mas com certeza uma vai gostar e vai te fazer muito feliz (mais até do que isso)!!!
Juvenal tenta trocar gato por lebre
Como já mencionado, os garotos de São Carlos levaram para Minas Gerais uma cerveja não muito famosa. Foi pelo baixíssimo preço (R$ 0,64). 60 fardos.
O grande problema desse produto etílico é que o gosto
maltra
tava o paladar dos clientes. No primeiro dia tomaram normalmente.
No segundo, já foi um sacrifício. Torturante. Sentiam falta de uma bebida com mais qualidade.
Com o intuito de conseguir uma 'gelada' mais saborosa, Juvenal teve a ideia de ir aos bares, dizer que era uma cerveja importada e de difícil aquisição no Brasil. O objetivo era conseguir um produto melhor ou até fazer uma revenda e faturar um dinheiro.
Mas o plano, do Juvena (apelido), foi em vão. Todos na cidade afirmavam conhecer a cerveja e não caíram nessa história.
Entretanto, houve um acordo em um bar. Que fosse cedida 2 unidades da cerveja que leva o nome de um país europeu por 1 de uma marca nacional. Os são-carlenses adoraram e passaram a fazer o troca-troca.E foram muitas.
Mas os dias se passaram e o dono do local inflacionou o negocio. Pediu 3 cervejas por 1. O trato teve que ser feito, mas as trocas foram diminuídas.
Até os últimos minutos dessa viagem, tiveram que tomar a tal cerveja. Nunca mais compraram.
O tornozelo com ligamento rompido e o cu na mão
Uma semana antes de viajar a Sacramento, Reginaldo rompeu os ligamentos do tornozelo.Engessou o pé. Para não ir com o gesso, o arrebentou e foi sem. O que posteriormente custou uma bronca do médico.
Reginaldo era muito ativo. Não ficava um minuto parado. Quando bebia então, ficava mais endiabrado. Sem noção.
Em certa noite, ele e mais alguns carlopolitanos começaram a jogar futebol. Mas com um coco e não com uma bola. Até que deram um balãozinho com o coco e Reginaldo, que tinha o tornozelo comprometido, resolveu chutar com força e para cima a fruta e fodeu ainda mais o local machucado.
Já estavam quase todos dormindo na casa (suponho que já era quase 5h da manhã) quando o lesionado, que não aguentava mais de dor, pediu ajuda para levar a um hospital próximo. Seis pessoas fizeram o favor. Eu era um deles.
Chegamos em um pronto-socorro próximo e este foi encaminhado para fazer um raio-x.
Eu fiquei na sala de espera. Ao meu lado estava uma garota. Branquinha e de cabelo preto.Era nítido que estava drogada. Começou a puxar assunto falando sobre a noite e o motivo que estava no hospital.Uma amiga dela havia passado mal.
Depois desabafou sobre a sua vida. Falou que viveu um período em São Paulo/SP, trabalhou na noite (dando a entender que era prostituta) ,mas que agora tinha saído dessa vida e que morava em Uberlândia/MG com o filho. O marido estava preso por tráfico de drogas.
Outra preocupação dela era que tinha ido com o seu irmão a Sacramento/MG,mas não o avisou que foi ao hospital . Que ele devia estar procurando ela pela cidade.
Conversa vai, conversa vem e nada do meu amigo sair do atendimento.
Passando algum bom tempo, o irmão da tal mulher aparece. Tinha um jeito de ser mal-encarado. Com várias correntes pelo corpo.
Ele perguntou, bem irritado, o que ela estava fazendo no hospital.
A resposta foi: ' Vim aqui com a fulana que passou mal. Estou esperando ela sair.'
A réplica foi: ' Por que não me avisou? Estive te procurando por toda parte!!!!'
Seguiu a tréplica: ' Foi tudo rápido. Não estou sozinha, estou com ele (apontado para mim, que estava quieto).
O cara virou e apontou o dedo e me disse: 'Você está com ela então'?
Eu, com receio dele, não sabia o que falar, até que ele mesmo respondeu:
'Se está com ela, pode levá-la para casa'.
E foi embora! Rindo e bem humorado. Bem diferente de como entrou.
Eu apenas senti um alívio na alma.
Passado alguns minutos, Reginaldo saiu com o pé engessado, retornamos ao nosso aconchego e dormimos. Mesmo imobilizado, Reginaldo seguiu curtindo o carnaval e não cumpriu a ordem médica que era de repouso.
A idosa de olho no novinho
Já era terça-feira. Última noite de folia. Aproveitar o máximo. Os jovens são-carlenses estavam na rua. Formavam uma roda. Bebiam e conversavam. Próximo estava um grupo de pessoas idosas. Creio que mais de 60 anos.
Dentre eles, havia uma senhora que começou a olhar para um dos rapazes de São Carlos. Não desgrudava os olhos. Amadeu percebeu que era o alvo da senhora. Mas deixou quieto. Januário percebeu a situação e comentou com Amadeu.Outras pessoas em volta também perceberam.
Maldoso, Januário chamou a senhora para conversar com Amadeu. Ela deu oi e Amadeu respondeu. Percebeu também que foi isolado. Ficando ele e ela.
A mulher, toda empolgada, perguntou o nome do menino e de onde era.
`Sou Amadeu e moro em São Carlos.E você?`
`Eu sou Ana (nome fictício) e sou de uma cidadezinha aqui perto'.
Ela tenta pegar na mão do jovem, que apenas se afasta. Em seguida, o menino pergunta a idade dela.
Surpreendentemente, Ana afirma: `Tenho 35 anos.`
Óbvio que Amadeu não acreditou, pois sua fisionomia apontava que era no mínimo 65. Em seguida,o garoto pediu que ela mostrasse o RG.
Ela afirmou que não estava com nenhum documento.
Amadeu perguntou se ela tinha filhos e netos.
Ana voltou a falar que era jovem, que nunca casou e nem tem filhos, muito menos netos. Em seguida, Ana pediu o telefone e o endereço de Amadeu. Este a questionou o motivo e a resposta foi: `Para nos comunicarmos. Quando tiver um baile na minha cidade eu vou te chamar.`
Amadeu apenas desconversou e falou que voltaria para a roda de seus amigos. Ana disse que tudo bem e ainda passou a mão na barriga do pobre menino. Ela riu e ainda mandou beijo.
Passado algumas horas, Januário cutuca Amadeu e pede para olhar para o lado. Era Ana mandando beijos e dizendo tchau.
Risos de alguns dos presentes com a situação.
Considerações finais:
1) Era um tempo em que os celulares não eram modernos como agora. Logo não era qualquer um que tinha máquina fotográfica. Nenhum dos envolvidos que conversei recentemente afirmou ter tirado fotos.
2) Houve um integrante que conheceu uma menina no segundo dia e ficou de namorico com ela até a última noite. Estavam sempre juntos.
3) Reza a lenda que essa menina tinha máquina fotográfica, registrou alguns momentos nossos e em seguida mandou por e-mail ao seu ficante. Entretanto, esse foi aqueles amores de carnaval e os dois nunca mais se viram. Segundo o próprio, ela enviou as fotos, mas em um e-mail que ele não acessa mais, não tem como procurar a correspondência eletrônica e encontrar as fotos. Paciência.
4) Como mencionado fomos em 14 garotos. No entanto, voltamos em 12. Dois, no meio da viagem, voltaram a São Carlos. Um por conta de sua namorada e o outro, porque acho que se encheu de Sacramento/MG.
5) Patrício não contente em cair do telhado e cortar o braço ainda aprontou outra. Em um bar próximo havia dois policiais fazendo um lanche. Patrício viu o carro dos policiais e começou a mexer na sirene. Os amigos ficaram preocupados que ele estivesse tirando a sirene do carro. Felizmente era só uma brincadeira. Não teve maiores consequências.
6) Houve um coleguinha que levou menos dinheiro do que devia e no último dia ficou sem um tostão. Foi atrás de banco e caixa 24 horas na cidade e em vão. Deu sorte que um de seus amigos emprestou dinheiro para jantar. Bebida ainda tinha de sobra.
7) Houve carlopolitano, que a fim de subir no trio elétrico, onde estavam autoridades da cidade,afirmou que era filho do secretário de saúde de Sacramento/MG. Em vão....
8) Se alguém lembrar de alguma história ou tiver fotos me avisem!!!
9)Ah, chega, né?
......
Fim