sábado, 1 de outubro de 2016

Quando fui a Las Piedras-URU com um canadense ver futebol!

Durante a minha primeira semana em Montevidéu conheci um canadense que estava tentando a vida de jogador de futebol no Uruguai. Já era março  e o norte-americano estava no sul da América desde janeiro. Inicialmente, atuou pelo Danúbio e depois passou pelo Juventud. Apenas testes. Sem acerto, Alexis retornaria ao Quebec na próxima semana.

Na sexta-feira a noite, o até então lateral-direito me chamou para assistir a partida entre essas duas equipes pelo Campeonato Uruguaio. Seria sábado a tarde no Estádio Parque das Artigas, pertencente ao  Juventud.

Por volta do meio-dia almoçamos  em um bar de peruanos que era vizinho ao hostel onde estávamos hospedados e na sequência fomos para um ponto de ônibus. Embarcamos e Alexis começou a falar de sua vida no Canadá e seus hobbies. Um deles era colecionar músicas. Tinha seu Ipod onde havia 'trocentas ' músicas. A maioria rap e hip-hop. O questionei se tinha alguma canção  brasileira e a resposta foi: `Sim, tenho Michel Teló`. Parei ali mesmo....

Depois falamos de futebol, onde ele adorava contar sobre a Major League Soccer dizendo que será a maior liga das Américas em breve e também o quanto gostava de jogadores brasileiros. Conhecia vários, principalmente os que atuavam na Europa. Especialmente na Espanha onde assistia  La Liga.


A conversa fluía e eu me dei conta que não chegávamos nunca ao estádio.  Perguntei por qual motivo demorava tanto e Alexis me explicou que o Juventud não era de Montevideu e sim de Las Piedras, uma cidade próxima a capital uruguaia. Explicado, mas eu não sabia que estava indo para outra cidade.

Passado mais alguns longos minutos chegamos ao destino. Me surpreendeu a precariedade da cancha. Muito simples, parecendo de times de terceira divisão estadual...para menos.

Alexis já era conhecido do clube e por isso entramos sem pagar.Estava muito sol e lá não tinha área coberta. Não levei protetor solar.
Alexis e eu já no Parque das Artigas


Me assustou e poderão ver nas fotos a precariedade das cabines de imprensa.Quase não existiam. Conversei com um jornalista que estava lá e ele se mostrava envergonhado com tudo isso: `Um país bicampeão do mundo ainda ter estádios assim (precários)'.
Parte da acomodação da imprensa no Parque das Artigas 

Banheiros


Apesar disso, eu estava gostando muito de estar lá. Não só porque gosto de futebol, mas a simplicidade tem suas vantagens. É tudo menos burocrático. Mais sincero e menos artificial. Diferente das grandes arenas. Comidas baratas e vendidas em churrasqueiras elétricas. Coisa simples, que traz mais alma ao estádio e menos `glamour`.Muita gente em pé vendo o jogo, pessoas humildes podendo frequentar o estádio. Isso é bem legal.
Lanchonete!


Equipe do Juventud


Não ficamos até o fim do jogo. Após a terceira insistida de Alexis, fomos embora na metade do segundo tempo. Sei que o Danúbio venceu os anfitriões por 3 a 2.

Voltamos de tardinha para o hostel e eu todo queimado do sol!! Me recordo de pessoas perguntando se eu tinha ido à praia. Disse que sim. A Punta del Este. Uma senhora acreditou. Depois desmenti,claro.

A noite, eu e Alexis saímos para jantar e na sequência fomos comprar frutas. O canadense era econômico e sabia os lugares em que vendiam os produtos mais baratos. Ele queria comprar uma maçã e andamos altas horas da noite atrás do supermercado que queria ir. Depois Alexis  confessou que andamos muito, pois se perdeu no caminho (risos).

No domingo, ainda batemos uma bolinha. Conheci um pouco sua habilidade no futebol e ele a minha falta de habilidade. Na segunda-feira ainda teve uma despedida e na terça voltou para o norte da América.

Este foi um dos grandes amigos que fiz nesta viagem. Alexis segue jogando futebol semi-amador pelo FC Lanaudiere em sua cidade natal e atualmente cursa educação física na Universidade MC Gill.

Crédito das fotos: Leonardo Cantarelli/Arquivo pessoal

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