sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2007/08: a trágica passagem de ano!

Quando resolvemos contar momentos marcantes em nossa vidas, dificilmente escolhemos aqueles que deram errado. Não é fácil. Nos Sentimos envergonhados e as vezes até humilhados. Gostamos de falar dos momentos em que nos demos bem ou temos algo a ensinar.

Enfim, aproveitando a virada do ano vou contar um que ocorreu na virada de 2007 para 2008 e foi cilada atrás de cilada. Na época não vi graça. Hoje acho cômico, apesar de não ter vontade de reviver. Escrever até que foi divertido.

Vamos lá:  
Todo final de ano era praxe na minha família: réveillon em Capão da Canoa/RS. Tínhamos uma casa na Avenida Paraguaçu, quase no fim da cidade e em direção a Capão Novo/RS.

O nosso reduto no litoral norte gaúcho foi adquirido em meados dos anos 80. Desde pequeno tinha esse espaço como um aconchego para passar o final de ano. Sair da rotina, conhecer gente nova e pegar praia, claro.

A Paraguaçu guardada as devidas proporções é igual a Avenida Ipiranga em Porto Alegre, a Paulista em São Paulo e a Brasil no Rio de Janeiro. Mais ou menos isso.

A diferença é que nos anos 90 era praticamente mato. Era a casa da minha família, em frente a eterna Eletrônica Silva (que deve ser mais velha que Capão, hehhe), um ou outro domicilio e só.

Ao longo dos anos foi nítido o crescimento urbano. Vieram prédios, comércios, pizzarias e do lado da minha casa construíram um supermercado. Este que todo ano mudava de nome e de dono. Era incrível.

Final de 2007 iria ter uma festa de fim de ano em uma balada famosa. Eu, meu irmão e um amigo nosso compramos convites.

No início da noite passamos as comemorações da virada com a família e o nosso amigo, conhecido como Sanduba, ficou de passar em nosso domicílio à 1h. Apareceu perto do horário combinado.


Fomos no carro do meu avô e na saída pedi para o meu pai deixar o cadeado para fora do portão, pois voltaríamos a hora que eles estivessem dormindo e com a chave em mãos não precisaríamos acordá-los.

Enfim, pé no acelerador e tomar cuidado com as tragédias do caminho. A primeira estava no próprio trajeto até o local do evento. A impressão  que deu é que o Rio Grande do Sul estava todo lá na Paraguaçu! Parecia hora do rush das cidades grandes.Aquele engarrafamento que não se mexia, buzinas, gritos e lembro até de ter visto batida.

O ritmo era lento. Andava alguns centímetros..,,parava horas. Assim foi.

Já sentia a irritação dentro de mim. Passando os primeiros momentos de 2008 dentro de um carro, preso em um trânsito. Pior: sem expectativa de se livrar do problema.


Meu irmão estava no volante e visivelmente cansado daquela loucura encontrou um estacionamento, mais ou menos próximo à balada. Foi difícil se desvincilhar de alguns carros, mas Fred conseguiu chegar no estacionamento privado. Olhei no relógio e já eram 3h30! Sim, ficamos por volta de 2h30 no engarrafamento.

Caminhamos um bocado até a entrada do destino final e vimos a consequência de um trânsito louco: uma fila imensa para entrar!!

Já que estávamos no inferno, fomos encarar o diabo.

A fila até que andava, mas desordenada. O famoso empurra-empurra. Tentava caminhar e ia para um lado e para o outro, sentia a mão de um qualquer em mim, outro que se desequilibrava e caia em cima de mim. Um verdadeiro manicômio.

Após essas trapalhadas, consegui entrar no local. Entupido de gente!!Mal conseguia caminhar.

A festa era open bar. Fui até o bar pegar uma cerveja para relaxar e tentar curtir a noite. Claro, uma fila imensa para pegar bebida. Tinha que ir se enfiando até próximo de um barman e este olhar para ti e questionar seu pedido. Após várias tentativas, fui atendido. Ouço que a breja já havia acabado. Então, pedi um refrigerante. Não tinha também. Só havia champanhe. Não sou fã dessa bebida, mas já que só `tem tu vai tu mesmo'.

Peguei a minha taça de champanhe e antes de começar a beber, uma menina estava vindo na minha direção, tropeçou em alguma coisa, bateu em meu copo e derrubou o líquido na minha roupa inteira!!

Ela me pediu desculpas pelo incidente. Eu nervoso com tudo, apenas pedi educadamente, que seguisse seu rumo (mas no fundo já pensava: que mais falta acontecer hoje?). Que situação!

O próximo passo era encontrar um lugar para ficar. A balada tinha vários ambientes. Cada um tocava um tipo de música. Todos estavam lotados! Alguns não davam nem para entrar. Senão me engano, o de pagode era o menos entupido (não confundir com vazio). Era o único que dava para dar um passo sem esbarrar em alguém. Não sou fã do estilo, então não fiquei satisfeito em estar ali.


Após alguns minutos, já vi que eram por volta das 5h da manhã e olhei para o meu irmão e o meu amigo e decidimos que era hora de partir. Tive a sensação que não se aproveitou nada da noite.

Ainda pararam para comer um lanche. Eu sem fome, não me alimentei.

Em seguida deixamos o Sanduba em sua hospedagem e depois fomos para o nosso aconchego.

Chegando na garagem fui procurar o cadeado para abrir o portão e estava do lado de dentro!!!  Já me subiu um sangue. Tava com sono,irritado e deixaram o cadeado do lado de dentro! A sorte era que o portão era de madeira em volta (sustentado por rodinhas) e no meio era composto por vários arames. Fui arrebentando alguns até que minha mão chegou confortavelmente ao cadeado e abri.

Ao descer do veículo meu pai apareceu e eu fui indagá-lo por qual motivo não cumpriu o nosso combinado. Ele apenas pedia silêncio, pois os meus avôs estavam dormindo. Se tem uma situação que irrita é quando você quer falar, gritar e a outra pessoa só pede que você permaneça quieto.

Após tentar três vezes falar com o meu pai e ele negar, peguei um molho de chave que estava na minha mão e atirei-o na mesa que ficava na sala. Fez um estouro!! Um barulho que deve ter acordado Capão da Canoa inteira! Meu pai e meu irmão apenas olhavam assustados com o fato.

Meu irmão perguntava se eu tinha bosta na cabeça. Repetiu isso umas três ou quatro vezes. Agora era eu que não queria conversa.

Nesse momento eu já estava no meu quarto e pronto para dormir. Abri o guarda-roupa para procurar os meus pijamas e nada. Procurei em outros cômodos da casa e nada. Quando fui até a lavanderia vi que tudo estava lavando!!

Depois disso, desisti e apenas me deitei. Lembro de ter que esperar mais de uma hora até a raiva passar, pegar no sono e esquecer essa noite trágica.

Observações:
1) Possivelmente foi a penúltima vez que passei o ano-novo nessa casa. Meu avô, que quem cuidada de fato do recinto, faleceu em 2009 e meses depois a casa foi vendida. Revi-la pela última vez em 2014. Abandonada. Hoje não sei como está. Se alguém alugou, se virou comércio (a tendência daquela região). Se alguém souber me avise.

2)No dia seguinte ao relatado acima, conversei com o meu pai e o perguntei sobre o cadeado. Ele disse que não havíamos combinado nada. Mas retruquei dizendo que lembrava de ter feito o pedido e ele concordado. Vai saber...

3)Um ano depois dessa noite, me recordo de ter encontrado Sanduba em um bar. Lembramos do episódio. Mas a impressão que ele passou é que apesar de alguns incômodos, aquele réveillon não foi tão ruim para ele como para mim.

4) Não sei se esse foi o pior réveillon da minha vida. Teve um que foi trágico também (2009 para 2010) e quem sabe um dia eu conte.

Vida que segue e feliz 2017.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A noite mais insana de 2015!

2016 já está acabando. Mas vou escrever sobre um relato ocorrido em 2015. Em um daqueles dias que parecem normais, mas que tudo insanamente vai acontecendo, parecendo não ter fim, tamanha loucura naquela noite incansável e interminável. Visando não esquecer a grande sequência de fatos inusitados ocorrido entre 7 pessoas (4 homens e 3 mulheres), resolvi, em uma noite qualquer,sem brilho e emoção, falar sobre esse episódio. Para preservar a identidade dos envolvidos, seus nomes foram alterados.

Vamos lá:
Meados de agosto de 2015, uma sexta-feira, Joaquim resolveu dar um churrasco em sua casa. Morava sozinho e via em seu lar a chance de fazer algo que reunisse seus amigos e fosse divertido. Na verdade foi muito mais que isso. Inicialmente os convidados foram Roberto, Manoel e Teodora. Todos confirmaram presença no evento que estava marcado às 20h30 (de Brasília).

Primeiramente chegou Teodora.Não estava só. Trouxe duas amigas: Mafalda e Antônia.Claro que ambas foram bem-vindas ao local.

Joaquim estava feliz com a chegada das três, não só por serem do sexo feminino, mas porque trouxeram bebidas. Não só cerveja, como vodka, tequila, pinga e outras delícias etílicas.  Antônia era a mais empolgada. Falava bastante e bebia um pouco de cada diversidade adquirida. Tinha opiniões fortes sobre política, feminismo e também sobre sua vida (estudos e empregos). Mafalda era simpática, porém contida. Bebia só uma cervejinha e apenas abria a boca quando lhe perguntavam algo. Ganhava a simpatia dos presentes.

Já o anfitrião tomava conta da churrasqueira (onde assava queijo e frango), bebia sua 'breja' e puxava assunto com as mulheres. Assuntos que continham algo relacionado a sexo e que deixavam as convidadas por vezes constrangidas. Um exemplo foi ao questionar a Teodora se seu filho, 11 ou 12 anos, já tinha atividade sexual (sozinho ou com alguém). Não é algo muito simpático para se perguntar a uma mãe, principalmente na frente de outras pessoas.

Para desviar o foco do constrangimento, as meninas deram a sugestão de ir para uma festa que rolaria na cidade. A ideia era fazer do churras uma 'concentração' e depois ir para o tal evento. Joca (como era conhecido) não se mostrava muito animado.

Após um silêncio no ambiente, Mafalda questiona o proprietário do domicílio se haveria mais convidados. Quim (apelido de infância) revelou que havia chamado só mais dois amigos: Roberto e Manuel. Estes só dariam o ar da graça mais tarde.

Enfim, saiu a primeira leva de frangos. Todos beliscavam o pobre animalzinho morto, apreciavam as suas geladas bebidas e a agradável noite, onde se podia ver várias estrelas. Sinal que o período noturno seria longo e belo.

Passado algum tempo, os presentes escutam: ' Joca! Joca! Pode entrar?'.A autorização foi cedida.

Era Roberto. Chegava com uma coca-cola (desculpe o merchan), pois disse que não havia jantado e não queria consumir álcool com estômago vazio. Tipico fresco.Não aguentava nada pelo visto.

Beto, como sempre foi chamado, questionou o dono da residência se podia chamar Eugênio para o local. Na real, Eugênio queria ir no 'rolê' que estava tendo no município. O mesmo que as meninas haviam mencionado horas antes. Pelo whatsapp, através de Teodora,que já o conhecia,convenceu-o a vir e com a promessa que todos iriam posteriormente para a tal farra.

Com esse problema resolvido, Antônia, empolgada falou para jogar 'Verdade ou desafio'. Inicialmente todos ficaram meio contidos, mas foram convencidos pela idealizadora do projeto e por no fundo quererem de fato participar (só faltava a coragem)  e ver no que ia dar.


Enfim....os cinco sentaram ao redor de uma mesa redonda pegaram uma garrafa e iniciaram o jogo....


Como de costume e pouca bebedeira, os sorteados sempre escolhiam a opção ' Verdade'. Joaquim até queria mudar o nome só para 'Verdade'. Negado por todos ( he he he).

Os primeiros questionamentos eram sobre quando perdeu a virgindade, quais as posições sexuais preferidas, se beijaria alguém que estava no local, se achava alguém do local bonito e por aí vai.Aos homens sempre a clássica pergunta do 'fio-terra'. Os mais alterados e ousados eram Joaquim e Antônia.

Enquanto a brincadeira pegava fogo, Manoel apareceu no evento. Demorou para comparecer,pois a noite fez sua academia e depois enrolou em casa. Saudou os presentes e já foi intimado a participar do rolo.  O clima entre Manoel e Teodora seria o ápice desta história. Os dois já haviam trocado carícias em outras épocas.

Era curioso notar quantas vezes a garrafa sorteava Roberto para perguntar a Mafalda. A vida íntima da pobre moça foi destrinchada em vários questionamentos de Beto. Sua virgindade, quanto tempo que não tinha relação sexual, sobre aparar pelos pubianos. Nenhuma vez houve o contrário.


Em uma das giradas de garrafas, Teodora foi sorteada e aceitou um desafio. Joaquim pediu que ela desse 'selinho' em algum dos presentes. Ela escolheu Antônia. Uma confraternização entre amigas. Na sequência, Joaquim foi desafiado a beijar Manoel. Uma cena que seria dramática se os dois não negassem. Isso é muito difícil para os homens, pois fere a masculinidade. Quem é do sexo masculino sabe o que estou falando (pode não concordar, mas entende).

Nesse período finalmente apareceu Eugênio. Saudou todo mundo e já foi posto na roda. Era nítido seu susto ao ver o nível que estava a situação.

Brincadeira seguindo e Roberto e Antônia se beijaram. Depois, Antônia e Mafalda trocaram 'selinhos'.

Quem deixou o ambiente mais 'sério' foi Roberto. Este perguntou a Antônia se queria 'Verdade ou Desafio'. Ela aceitou mais um desafio. Então, Beto mandou-a mostrar os seios. A desafiada aceitou e meio constrangida (como se buscasse força) expôs-os aos presentes.

Garrafa vai, garrafa vem e é a vez de Roberto questionar Joaquim. Quim, alterado, disse que queria um desafio. Beto, louco, mandou-o  mostrar a nádega. Já sobre o efeito do álcool, o anfitrião mostrou, sem pudor, a bunda. Risos geral.

A 'coisa' foi ficando séria quando Antônia perguntou a Joaquim se queria verdade ou desafio. O cara, que no início queria trocar o nome da brincadeira, topou mais um desafio. A convidada desafiou o dono da casa a mostrar o saco. Ela disse saco e não pênis, que fique claro.

Sem pudor, Joca foi abaixando as calças. Os presente, rindo, não queriam ver a cena. Inclusive Antônia.Entretanto a lembraram que como desafiadora tinha que ver se a prova seria cumprida. E foi, segundo a própria.

Ao final do ato, Teodora lembrou a todos da festa na cidade. Acharam que era a melhor hora de cortar o 'mal pela raiz'.

Eram sete pessoas e dois carros. Teodora e Eugênio estavam com os seus veículos. Aquela deu carona para suas amigas,mais Joaquim e Manoel. Roberto acompanhou seu amigo.

O evento na cidade não parecia tão animado quanto a casa do Joaquim. Havia uma banda tocando reggae, cerveja quente (diferente das geladas do Joca) e nada de muito interessante.

Antônia, um pouco alterada, dava em cima de Manoel. Este não dava muita moral a ela. Queria a Teodora e vice-versa. Logo em seguida o primeiro par da noite se formou.

Mafalda precisava ir,pois trabalharia na manhã seguinte. Assim, Teodora, Manoel, Joaquim, Antônia  e Mafalda se foram. Despediram-se de Roberto e Eugênio.

No carro, o casalzinho foi na frente. Atrás, as outras duas minas e Joaquim.

Mafalda foi deixada em sua residência, mas a noite não acabou para os outros quatro.

Já embriagados e empolgados por mais diversão, resolveram ir para a zona. Dois homens e duas mulheres em direção a um prostíbulo!

Chegando ao local de orgia, tiveram a entrada dificultada, por ser um recinto apenas para homens e o preço estava um pouco 'salgado'. Deram meia volta e pararam em um posto de conveniência.Manoel encontrou um conhecido chato que o alugou por alguns minutos. Os outros três bebiam e conversavam.

Papo vai, papo vem e está na hora de deixar o posto. Teodora e Manoel na frente, Joaquim e Antônia atrás.

Durante o trajeto, Teodora e Manoel trocavam olhares e carinhos. Com um trânsito calmo e o álcool elevado era possível esse clima de paz. Interrompido por uma discussão na parte traseira do veículo. Antônia e Joaquim não estavam em um ritmo amistoso.

-" Você não toma banho, não?", perguntou Antônia.

-"O que eu tenho?", indagou Joaquim.

-"Você está fedendo. Tá um cheiro de bosta horrível. Vou abaixar o vidro", reclamou Antônia.

-" Ah, vai tomar no seu cu e não enche o saco", disse um enfurecido Joaquim.

-" Seu grosseiro! Machista! Vou chamar a polícia", ameaçou Antônia.

-" Vai tomar no seu cu. Vai toma no seu cu!", retrucava Quim

A discussão foi apartada pelos membros que estavam nos bancos da frente. Na sequência, Antônia foi para seu lar.

O próximo a ser deixado na residência era Joaquim, visivelmente transtornado com o episódio.

Chegaram na casa de Joca. Este se despediu dos 'pombinhos' (os dois ainda ficariam no carro namorando, digamos assim) e foi para seu aconchego.

Já em clima de dormir e pensar no que houve na noite, eis que vê uma luz acesa no seu quintal e escuta conversas.  Quim vai verificar e surpreendentemente vê Roberto e Eugênio ao fundo de sua casa  fazendo churrasco, bebendo cerveja, trocando ideia e com o rádio ligado!!!

Exato, a noite ainda não tinha terminado! Joaquim gostou de ver seus 'parças' aproveitando a noite!!

Bebeu junto com os dois, mas inicialmente não havia contado a briga que teve minutos antes.

No meio da prosa, o anfitrião questiona o porque pararam em sua casa para seguir curtindo a festa.

Os dois contaram que após a despedida dos cinco lá da festa na cidade, ficaram mais um pouco no recinto e depois de uma hora mais ou menos se foram. Eugênio daria carona a Roberto e este pediu que passasse na casa de Joaquim para buscar a coca-cola que havia esquecido na geladeira. Ao chegar para buscar o refrigerante (o portão dos fundos estava fechado, mas não trancado), Beto viu a churrasqueira cheia de carnes para assar, um monte de cerveja, olhou para Eugênio e disse: 'Vamos comer e beber mais um pouco? Matar a larica!". Eugênio ficou meio na dúvida, mas Roberto garantiu que não haveria problemas.Convite aceito.

Colocaram maminha, frango, queijo na churrasqueira e beberam muita cerveja. Deram risadas, ligaram o rádio. Depois de uns 60 minutos é que Joaquim apareceu.

Os três seguiram conversando, até que foram na frente da casa, ver sabe-se lá o que e ao abrir a porta viram no carro Manoel com uma careta meio estranha, Teodora se levantando e passando a mão na boca. Uma cena que foi constrangedora no início. Uma mistura de tragédia e comédia. Risos tentando ser disfarçados. Ambos saíram do carro e os cinco ficaram na casa. Manoel contou aos outros dois a peleia que havia ocorrido entre Joaquim e Antônia. Risos geral.

A madrugada já batia na casa das 5h e Eugênio se despediu de seus companheiros e foi para o seu aconchego.

Teodora e Manoel já estavam querendo partir, mas Joaquim, bêbado os avisou: 'Podem ficar aqui. Quiserem trepar fiquem 'sussa'. Aqui tem camisinha. Vou ficar no meu quarto, não amolo ninguém'.

É..deixou todos sem graça.

O próximo a deixar o histórico lugar foi Roberto.

Joaquim foi para seu quarto.

Teodora e Manoel ficaram a sós, no escuro, na sala de Joaquim. Manoel tentou encorajar sua parceria que parecia receosa a ceder na casa de um 'estranho'. Aos poucos ele convencendo-a e dando confiança para que ela se soltasse.

Os dois começaram a se beijar e o amasso foi ficando mais 'quente'. Beijo aqui, beijo ali, mão aqui, mão ali. Eis que o coito é interrompido por uma voz:

'Ei, me desculpem. Esqueci de tomar o remédio, vim pegar na gaveta"

Era Joaquim. De camisa e cueca. Uma cena linda!Mas este estava em sua casa e ninguém podia reclamar.

Enquanto tomava seu remédio e o casal o esperava voltar para seu quarto se escuta um barulho vindo do quintal. Era Roberto! De pijama (outra cena linda). Joaquim se assusta e pergunta porque havia retornado. O visitante afirma que só veio buscar a coca-cola esquecida na geladeira. Joaquim ri e o empurra para frente dos 'pombinhos' na sala. Os dois se assustam e Roberto apenas sai com a sua bebida.

Por fim, Joaquim vai para o seu quarto. Era a última chance de Teodora e Manoel terminarem o que tentaram começar. Novo reinício. Fogo acendendo, beijos, mãos, abraços...e mais uma vez se escuta uma voz. Era Joaquim passando para buscar água na geladeira. Pediu desculpas pelo incômodo e voltou ao seu habitat.

Mas não havia mais clima para tentar finalizar a noite com núpcias. Os dois apenas dormiram abraçados em um sofá.

Ai sim, fim de uma noite que tem muita história  para contar.


O único desenrolar que realmente teve foi o pedido de desculpa de Antônia para Joaquim no dia seguinte pela briga gerada. Os dois se acertaram.

Esta noite nunca foi esquecida por nenhum dos sete presentes. Sete estes que se encontraram, todos, apenas aquela vez.Não teve mais reuniões. Uma só bastou.








sábado, 8 de outubro de 2016

Uma banda chamada Made In Brazil- 2002/16

Por volta dos meus 14 ou 15 anos, época que eu estava começando a curtir rock n' roll, resolvi aprender a tocar contra-baixo. O motivo foi pelo fato de todo mundo querer aprender guitarra (alguém tem que' pagar de diferentão'). Já bateria, penso eu, exige muita coordenação (o que nunca foi o meu forte).


Como baixista nunca dei certo. Um pouco péla falta de maturidade para dedicar-se ao instrumento e também por não levar jeito para 'a coisa'.

No entanto, passei a apreciar muito o som de 4 cordas (principalmente solos) e a visão muda depois que passamos a estudar música.

Nesse período da adolescência, todas às quintas-feiras tinha aula com o professor Paulonez, onde conheci muitas bandas.

Uma delas foi o Made in Brazil. Me recordo dele colocando o CD no rádio (bem diferente dos tempos atuais que tudo é no PC) e eu achando o máximo aquela banda formada em 1967 fazendo um rock n roll com pitadas de blues. Típica banda 'old school'.

Paulonez sempre teve um grande coração e após eu dizer que adorei a banda recebi o CD, por empréstimo, para poder ouvir por algumas semanas.

Viciei no som!!

Era uma coletânea com as melhores músicas do grupo paulistano. Estava sempre escutando 'Jack, o estripado', 'Anjo da Guarda', 'Tudo bem, tudo bom', 'Uma banda Made in Brazil', 'Minha vida é rock 'n rol' e etc...

Um som 'simples' com letras engraçadas. Não tem porque não gostar do grupo brasileiro mais antigo em atividade (até onde se sabe)!



Em 2002, véspera da final da Copa do Mundo (pentacampeonato do Brasil. Vitória dos comandados de Felipão sobre a Alemanha por 2 a 0), vi o Made In Brazil ao vivo.

O evento ocorreu no SESC São Carlos. Um lugar bom e onde se fica próximo do palco. Tendo uma boa relação banda-público.

Todos os clássicos da banda foram executados e os integrantes foram muito simpáticos e bem-humorados. Naquele dia soube , através dos próprios durante o show, que tiveram um CD gravado nos anos 70, que foi censurado pela ditadura militar e estariam lançando somente naquele período (saiu em 2005). Logo o Made in Brazil, uma banda com letras engraçadas e que falam do cotidiano passarem por essa situação. Tudo porque qualquer dúbia interpretação ou a capa poder parecer uma crítica, já tem o trabalho censurado pelo governo. Há quem ainda queira a volta da ditadura, mas isso é outro papo.


CD censurado pela ditadura militar

Enfim, foi uma noite bem agradável.

Os anos se passaram e segui curtindo mais rock n' roll. Dia 8 de outubro terei a oportunidade de ver o Made In Brazil novamente. Desta vez, mais velho (eu), podendo ouvir de novo em um outro momento da minha vida, creio que escutarei com 'outros ouvidos e aproveitarei mais'.
Mas sabendo também que certamente o público será diferente. Um pessoal mais voltado a filmar e fotografar o show e postar nas redes sociais do que curtir as músicas. Isso eu lamento e acho triste essa mudança .Enfim...espero ter bom proveito de uma das melhores bandas tupiniquins e que me fez gostar logo de cara!


Créditos da fotos: divulgação

sábado, 1 de outubro de 2016

Quando fui a Las Piedras-URU com um canadense ver futebol!

Durante a minha primeira semana em Montevidéu conheci um canadense que estava tentando a vida de jogador de futebol no Uruguai. Já era março  e o norte-americano estava no sul da América desde janeiro. Inicialmente, atuou pelo Danúbio e depois passou pelo Juventud. Apenas testes. Sem acerto, Alexis retornaria ao Quebec na próxima semana.

Na sexta-feira a noite, o até então lateral-direito me chamou para assistir a partida entre essas duas equipes pelo Campeonato Uruguaio. Seria sábado a tarde no Estádio Parque das Artigas, pertencente ao  Juventud.

Por volta do meio-dia almoçamos  em um bar de peruanos que era vizinho ao hostel onde estávamos hospedados e na sequência fomos para um ponto de ônibus. Embarcamos e Alexis começou a falar de sua vida no Canadá e seus hobbies. Um deles era colecionar músicas. Tinha seu Ipod onde havia 'trocentas ' músicas. A maioria rap e hip-hop. O questionei se tinha alguma canção  brasileira e a resposta foi: `Sim, tenho Michel Teló`. Parei ali mesmo....

Depois falamos de futebol, onde ele adorava contar sobre a Major League Soccer dizendo que será a maior liga das Américas em breve e também o quanto gostava de jogadores brasileiros. Conhecia vários, principalmente os que atuavam na Europa. Especialmente na Espanha onde assistia  La Liga.


A conversa fluía e eu me dei conta que não chegávamos nunca ao estádio.  Perguntei por qual motivo demorava tanto e Alexis me explicou que o Juventud não era de Montevideu e sim de Las Piedras, uma cidade próxima a capital uruguaia. Explicado, mas eu não sabia que estava indo para outra cidade.

Passado mais alguns longos minutos chegamos ao destino. Me surpreendeu a precariedade da cancha. Muito simples, parecendo de times de terceira divisão estadual...para menos.

Alexis já era conhecido do clube e por isso entramos sem pagar.Estava muito sol e lá não tinha área coberta. Não levei protetor solar.
Alexis e eu já no Parque das Artigas


Me assustou e poderão ver nas fotos a precariedade das cabines de imprensa.Quase não existiam. Conversei com um jornalista que estava lá e ele se mostrava envergonhado com tudo isso: `Um país bicampeão do mundo ainda ter estádios assim (precários)'.
Parte da acomodação da imprensa no Parque das Artigas 

Banheiros


Apesar disso, eu estava gostando muito de estar lá. Não só porque gosto de futebol, mas a simplicidade tem suas vantagens. É tudo menos burocrático. Mais sincero e menos artificial. Diferente das grandes arenas. Comidas baratas e vendidas em churrasqueiras elétricas. Coisa simples, que traz mais alma ao estádio e menos `glamour`.Muita gente em pé vendo o jogo, pessoas humildes podendo frequentar o estádio. Isso é bem legal.
Lanchonete!


Equipe do Juventud


Não ficamos até o fim do jogo. Após a terceira insistida de Alexis, fomos embora na metade do segundo tempo. Sei que o Danúbio venceu os anfitriões por 3 a 2.

Voltamos de tardinha para o hostel e eu todo queimado do sol!! Me recordo de pessoas perguntando se eu tinha ido à praia. Disse que sim. A Punta del Este. Uma senhora acreditou. Depois desmenti,claro.

A noite, eu e Alexis saímos para jantar e na sequência fomos comprar frutas. O canadense era econômico e sabia os lugares em que vendiam os produtos mais baratos. Ele queria comprar uma maçã e andamos altas horas da noite atrás do supermercado que queria ir. Depois Alexis  confessou que andamos muito, pois se perdeu no caminho (risos).

No domingo, ainda batemos uma bolinha. Conheci um pouco sua habilidade no futebol e ele a minha falta de habilidade. Na segunda-feira ainda teve uma despedida e na terça voltou para o norte da América.

Este foi um dos grandes amigos que fiz nesta viagem. Alexis segue jogando futebol semi-amador pelo FC Lanaudiere em sua cidade natal e atualmente cursa educação física na Universidade MC Gill.

Crédito das fotos: Leonardo Cantarelli/Arquivo pessoal

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Viagem ao Uruguai: a ida de ônibus e conhecendo todo aquele país

Introdução:Viajar é um dos grandes prazeres da vida! Ao menos uma vez por ano quero visitar algum lugar que nunca estive antes.

A minha viagem mais marcante, não necessariamente o lugar mais bonito, que estive foi o Uruguai. Março de 2014 fui estudar espanhol em Montevidéu e após 27 dias retornei com várias histórias. Algumas serão relatadas neste blog.




Esta postagem abordará a minha saída de ônibus de Porto Alegre até a capital uruguaia.

Trajeto: Era sábado de carnaval. Mas meu foco era um só: a viagem para a República Oriental do Uruguai. Passei a tarde toda pensando nessa minha aventura inesquecível.


Me recordo de sentar em uma poltrona no final do ônibus. Ao meu lado chegou uma pessoa e eu educadamente disse: 'Oi'.

A resposta foi: 'Speak English'?

Afirmei que sim e começamos a conversar. O ser que me acompanharia até o destino final se chamava Mark, era um dinamarquês que vivia em Manaus/AM e estava na capital gaúcha visitando um amigo. Iria de férias conhecer o Uruguai! Que caso único!

Mesmo sendo de noite e com um pouco de sono não conseguia dormir. A ansiedade em atravessar a fronteira e ver novas paisagens era grande!!!! Parecia que o Rio Grande do Sul não terminava!

Demorou, mas cheguei ao norte do Uruguai e aquela sensação: 'mais um país para a coleção!'.

O ônibus parou em algumas cidades antes de chegar a maior cidade daquela pátria. O que me chamava a atenção era a simplicidade dos municípios (Melo, Treinta Y Três,San Carlo e possivelmente mais dois que não recordo o nome) . Bem parecido com cidadezinhas do interior. O ar de calmaria que passava era muito grande. Em um mundo com tantos prédios, escritórios é bom ainda perceber que há lugares que tem muito verde, gado e tranquilidade.

A única exceção foi Punta Del Este, onde parecia um lugar bem artificial e totalmente voltado ao turismo. Uma cidade fora dos padrões de outras uruguaias.


Por volta das 9h da manhã no Uruguai (onde naquela época tinha uma hora de diferença para o de Brasília) cheguei ao destino final.


Cheguei a dividir o taxi com o dinamarquês que me acompanhou no trajeto. Após o motorista deixá-lo em seu hotel, pouco depois fui para o hostel na Ciudad Vieja (centro antigo de Montevidéu). Com muito sono, só perguntei onde era o meu quarto. Dormi o dia inteiro e a noite acordei...onde de fato começou minha viagem....e vejam as próximas postagens.


Além da Estrada:
Um filme que aborda bem o que foi relatado nesta postagem chama-se Além da Estrada. A obra mostra todo o Uruguai. Começa na capital e passa pelo interior. Quem conhece o Uruguai e vê o vídeo dirigido pelo brasileiro Charly Braun sente uma nostalgia e vontade de poder voltar ao passado. A história é  bobinha. Fala de um argentino que tenta conquistar o coração de uma belga (que vai atrás de um uruguaio). Apesar da história previsível, só por mostrar este belo país já vale a pena assisti-lo.




quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Meu surpreendente, inesperado e inesquecível aniversário de 30 anos

Quando criança achamos que a fase adulta está distante. Pensamos que seremos sempre pequenos e nunca nos tornaremos "maiores".

Mas quando chegamos na adolescência começamos a pensar nas festas de 18, 20, 25 anos como aquelas que serão extremamente agitadas. Muita farra, bebida, amigos, presentes, histórias para posteridade e etc. 

Sonhava o mesmo quando chegasse a minha trigésima década vivida. Mas em tempos de crise e outros motivos, não foi possível.  Foi algo mais discreto. O que não deixou de ser bom e memorável.



O dia 27 de maio de 2015 caiu em uma quarta-feira.Data em que o FBI prendeu dirigentes da Fifa e vários presidentes de federações (inclusive o da CBF) na Suíça. Dentro de campo, o Cruzeiro tomou uma 'surra' do River Plate, em pleno Mineirão, e foi eliminado da Libertadores. 

Voltando ao meu níver (o mais importante de tudo), teve apenas uma reunião na casa da minha tia (Dinda) Maritza com o seu marido Jorge e a minha vó Eva. 

Compramos pizza e durante o jantar falávamos sobre viagens,língua italiana (onde minha tia e eu estávamos iniciando no idioma) e um pouco da alemã.

A minha vó, já mais debilitada, se comunicava pouco. Na hora do parabéns ela me felicitou com beijos e carinhos.

Após o término da festa retornei à minha casa, assisti televisão e dormi.

Os dias se seguiram e a saúde da minha vó seguiu piorando, até que no dia 15 de setembro ela faleceu. Foi o último dos meus avós a partir. 2015 foi o último ano que tive a oportunidade de comemorar um aniversário com um/a avô/avó.Isso não será mais possível. Uma das crueldades da vida é essa: ter que aceitar a morte de quem gostamos e saber que nunca mais iremos vê-los.

Aqui fica a recordação do meu aniversário de 30 anos e o motivo de ter sido tão especial.  Entre 2013 e 15 eu vivi com a minha avó e digo que foram anos muito importantes de carinhos que não terei mais. Fica agora, assim como de outros entes familiares queridos que se foram, apenas a saudade.

Bônus: O último aniversário da Eva

Já que rendeu bastante (sic) o texto sobre os meus 30 anos (aham) resolvi falar dos 86 da Eva. Possivelmente o dia mais feliz da minha avó e um dos mais memoráveis de 2015.

No último ano, minha vó sofria muito com as várias doenças que tinha.No dia 30 de junho seria seu 86º aniversário. Na véspera ela passou mal e minha tia Maritza cogitou adiar e até cancelar a festa.

Mas na manhã do evento minha vó acordou disposta. Na hora do almoço estava bem arrumada e sorrindo muito. Foi uma grata surpresa.

O evento estava marcado por volta das 16h e nesse período os convidados foram chegando (vizinhos, parentes e amigos).

Estávamos todos reunidos em uma mesa e me chamava atenção a disposição da aniversariante. Falando e rindo. Diferente de sua triste rotina que era sentir dores, tomar remédio e dormir para acabar com o tédio. 

Enfim, foi uma comemoração muito bonita. Como se a própria soubesse que era o seu último.

No final da noite, até comentei com a minha Dinda que deveríamos fazer um aniversário todos os dias. Quem sabe o ânimo melhorasse.

Minha vó passou muito bem o dia seguinte, mas aos poucos foi voltando, infelizmente, ao seu estado terrível de saúde.

Até que chegou o dia 15 de setembro e ela descansou. Ninguém queria que ela fosse, mas ao menos sabemos que ela parou de sofrer. Isso alivia.

Fica agora as recordações dos bons tempos que passei ao lado dela. Dos quase três anos que morei com ela e não tivemos briga. Da infância, adolescência onde nos encontrávamos apenas em dezembro e passávamos Natal e Reveillón juntos.

Só agradeço os bons momentos que agora viraram recordações.



sábado, 3 de setembro de 2016

O telefone fixo, a final do Carioca, meu aniversário e o Prêmio Multishow!

O título acima saiu de um agradável bate-papo, após algumas bebedeiras na casa do meu amigo Daniel,relembrando a decisão do Campeonato Carioca de 2001 entre Flamengo e Vasco. Famoso pelo gol de falta de Petkovic.
Lendário sérvio e seu gol de 2001. Crédito: GE

Mas para nós dois, aquele dia foi divertido, engraçado e até curioso para os mais novos verem como funcionava a comunicação naquele período.

Daniel é flamenguista e eu à época era simpatizante do Vasco. Hoje não gosto mais do clube de São Januário, por conta do Eurico Miranda. No Rio, prefiro o Botafogo.

Voltando ao dia 27 de maio de 2001 (eu estava completando nesta data 16 anos) a decisão de estadual mais interessante que tinha para assistir era a que ocorreu no Maracanã.

Na partida de ida, o Gigante da Colina havia ganho por 2 a 1 e poderia perder por até dois gols de diferença, que ainda assim, se consagraria campeão.

Aos 21 minutos, Edílson fez 1x0 para clube da Gávea.Aos 40 , Juninho Paulista empatou e o Vasco até então estava bem próximo do título. Naquele tempo, celular era só para os adultos ricos. Internet ainda estava se popularizando e não existia as redes sociais. Então, para fazer graça com o meu amigo, usei o telefone fixo e liguei para a casa dele. O próprio atendeu e eu zoei, afirmando que 'já era' para o Mengão. Ele entendeu a brincadeira, mas era nítido que estava nervoso.
Telefone de antigamente


No segundo tempo, aos 8 minutos Edílson virou a peleja para o Rubro-Negro. O telefone da minha residência tocou e Daniel me 'trolou'. Mas o recordei que ainda o título estava para o Cruz-Maltino.

Enquanto a bola rolava, minha mãe chegou na sala de TV e pediu para assistir o Prêmio de Música do Multishow (aquele que a Wanessa Camargo foi vaiada). Era só uma televisão em casa e então tivemos que dividir. Ora, colocava no jogo, ora colocava na premiação.
Eu queria ver o jogo.....

O jogo estava indo para o encerramento, o Vasco ficando com a taça e eu já bolando as zoeiras com o Daniel.

Um pouco antes dos 45 minutos, falta para o Flamengo na entrada da grande área. Na minha intuição, eu vi que não ia acontecer nada neste lance. Troquei para o Multishow. Nisso, o telefone tocou e eu já fiquei surpreso. Troquei de canal e vi os jogadores do Flamengo comemorando o gol.  Já com cara de tacho atendi a ligação e nem 'alô' teve. Era só risada, risada, risada e no final: 'Tri-viceeeeee".
Não tinha o que falar. Apenas engoli.
Meu niver e quem comemorou foi o Daniel e o Flamengo!

Até hoje, essa decisão e esse lendário gol (que eu não vi) são lembrados pela mídia e pela torcida. Petkovic fez muito no futebol, mas talvez esse gol foi o que o tornou inesquecível.


Voltando para 2016, após altas horas da madrugada e bebido, falei que iria escrever esse texto para nunca esquecermos esse episódio.





quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Motivo de criar o blog!

Eu vivi, vivo  e viverei muitas experiências e aventuras. Meu maior medo é que um dia tudo que vivenciei seja perdido. Com o passar do tempo percebemos que a memória nos trai. Ficam apenas flashs do que nos ocorreu.
Eu e a minha saudade do Uruguai. Crédito: Leonardo Cantarelli



Este espaço será para eu relembrar e contar algumas situações que fizeram parte da minha vida. Falarei sobre amigos, heavy metal, cinema, livros,viagens, baladas, shows e etc.



Sejam bem-vindos,

Leonardo Pereira Cantarelli